A Santa Casa de Campo Grande presta cerca de 30 atendimentos por mês de vítimas que sofreram queimaduras, a maioria deles pela combinação álcool e fogo. Nos quatro primeiros meses deste ano foram 84 registros de vítimas que tiveram o corpo queimado, quando de janeiro a abril de 2010 foram 76 casos. Os dozes meses do ano passado somam 320 atendimentos no setor. Hoje há sete vítimas de queimaduras internadas na Santa Casa, sendo quatro crianças e três adultos.
São as crianças as mais atingidas em acidentes domésticos, a grande causa das internações, segundo a médica Marialda Goulart de Almeida Pedreira, coordenadora do serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa. “Nós registramos aqui uma média entre 20 e 30 atendimentos por mês, mas já houve períodos com muito mais casos, como no mês passado, quando tivemos 27 internações, todas de pessoas que se queimaram ao fazer bife na chapa”, constata. “A pessoa não vê que ainda há fogo no recipiente sob a chapa e joga mais álcool, o que acaba provocando o acidente”, acrescenta.
Conforme ainda a médica, a gravidade das queimaduras chega a atingir a quarta camada do corpo. “As queimaduras de primeiro grau causam vermelhidão, as de segundo grau provocam bolhas, as de terceiro grau acarretam áreas esbranquiçadas e as de quarto grau chegam a invadir a musculatura”, classifica.
Nesta semana morreu uma criança, que teve 60 % do corpo queimado ao brincar com álcool líquido. O quadro clínico se agravou devido ao estágio de comprometimento acima de 50% de agressão ao corpo, o que provocou pneumonia e pancreatite. Neste caso, se o garoto tivesse sobrevivido seriam feitas várias cirurgias para regenerar a pele.
“Mesmo com muitas cirurgias e um bom acompanhamento médico o corpo não fica igual. Os pais nesses casos querem doar a própria pele para enxertar, mas, às vezes, só é compatível em caso de serem gêmeos, univitelínos”, afirma. O menino tinha uma irmã mais nova que deu entrada, junto com ele no último dia 31 de março, sendo liberada no mesmo dia, voltando no dia 11 de abril para curativos no Ambulatório Geral. Em quase dois meses de internação o menino deu entrada quatro vezes no CTI (Centro de Terapia Intensiva).
Prevenção
“A primeira coisa a fazer é lavar a área queimada com água em abundância, em seguida procurar o hospital. Se for uma queimadura pequena, pode-se no máximo aplicar um pouco de vaselina líquida, mas não pomadas, medicamentos ou aqueles tratamentos caseiros, como aplicar pasta de dente, que eram mais comuns antigamente. Quanto menos se fizer em casa, melhor”, alerta.
Fonte: Assessoria de Imprensa/Santa Casa
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